sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Que Venha O Novo!

















Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade


Hoje resolvi fazer uma revolução aqui no meu trabalho.
Para esclarecer, trabalho com decoração para festas infantis, eu mesmo desenho e desenvolvo as peças.
Quem trabalha assim - artesanalmente - tem uma facilidade enorme em juntar "bagunças", pedaços de isopor cortados que a gente acha que ainda podem ser usados, potes de tintas que já até secaram, riscos de desenhos que não serão mais utilizados, fora aquelas coisas que olham prá gente e nos enfeitiçam, fazendo-nos supor que um dia ainda precisaremos delas.
Acreditem, a gente não precisa.
Existe uma magia quando resolvemos nos livrar do velho, é mais do que uma mudança física, tudo muda no interior.
A gente percebe que não adianta ficarmos juntando tranqueiras, que até um dia já foram importantes, mas que hoje não tem o mesmo significado, então, para que guardar?
Mesmo assim guardamos não é? Como é difícil se livrar de antigas peças... puxa - a gente pensa - mas esta tem este significado, esta eu usei naquela festa, esta foi tão difícil de fazer, ou esta foi a a minha melhor escultura... como posso ter tanta certeza? Na verdade ela está ocupando um espaço em minha vida, impedindo que eu utilize meus esforços para me superar e fazer melhor.
Foi muito difícil começar, só de olhar para o trabalho que eu teria para me livrar do que não servia já me desanimava.
Mas eu acho que a vontade de fazer diferente no ano que se aproxima falou mais alto.
Tinha que aproveitar este momento de renovação, não podia deixar coisas se acumulando, quanto mais tempo a gente leva para se decidir, mais difícil se torna o trabalho de tirar teias, limpar sujeiras, jogar fora o que já não serve mais.
Resultado: quebrada até os ossos, unhas horríveis, mas nada que um bom e delicioso banho e uma bela noite de sono não resolva, e aqui no meu pequeno cantinho de trabalho, visão mais ampla, ambiente mais limpo, espaço para coisas novas e muita esperança no coração!
Que Deus me ilumine e me proteja em meus projetos!
Que Deus os ilumine e os proteja em seus sonhos e projetos!
Dica para 2013 - Joguem fora o que já não serve mais, dêem espaço para que o novo aconteça em suas vidas!
Beijosss!!!!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

2012


Suspiro...
Há muito que a inspiração foi embora, sem nem se despedir.
Me abandonou, me deixando neste mundo frio e sem vida...
Como ela está sendo caprichosa comigo, e eu tive que me acostumar a viver sem ela, e até já estava me acostumando sem a sua presença, mas não é que hoje, para minha surpresa, resolveu me visitar.
Não sei quanto tempo vai ficar, pode ser que este texto fique pela metade, se derepente ela tomar o seu chá e simplesmente pegar sua bolsa e sumir novamente da minha vida, então eu vou aproveitar da sua companhia enquanto posso, para falar deste ano que está findando.
2012!
Dizem que o mundo acaba neste ano!
Olha, eu espero que seja verdade!
Pelo menos esta visão de mundo que este ano me apresentou, eu realmente desejo que acabe por aqui.
Ô aninho difícil!
Tive que fazer várias podas, e morrer muitas vezes para que o novo tentasse viver em mim.
Tive que ter esperanças no vazio, tive que me lançar sem ter certeza alguma de chão firme que pudesse me amparar.
Tive que viver a fé em toda a sua dimensão para que este ano não me engulisse.
Tive que arrancar uma força que eu nem sabia que tinha para conseguir sair viva deste ano de 2012.
Tudo por conta deste ser demôniaco chamado dinheiro.
Como esta coisa influencia em nossas vidas, não tê-lo e ver as contas chegando é o pior pesadelo de um ser humano.
No fim das contas acho que foi ele a razão pela qual minha inspiração se foi.
Não fosse pela minha família linda, não fosse por meus amigos, não fosse por esta Força que me move e faz com que eu continue acreditando em dias melhores, acho que teria sucumbido à 2012.
Por isso é que desejo ver o fim deste ano.
Por isso é que nem vou chorar quando este ano enfim acabar.
Será que estou sendo injusta?
Por que afinal de contas as adversidades são necessárias para o nosso crescimento, são nos tombos que a gente aprende a força que tem, e também se tudo fosse fácil que graça teria?
Bom, eu acho que teria muita graça sim... mas isso eu digo porque estou entristecida com este ano em especial... mas também acho que posso perdoá-lo, porque apesar de não ter se mostrado generoso do lado material, foi um ano muito compensador em amor e amizade!
Foi também um ano revelador no sentido pessoal. Foi um ano que me descobri para mim mesma, e isto foi muito enriquecedor!
É... acho que na balança até saí ganhando.
Tudo bem 2012, quando o champagne estourar e só a lembrança de você permanecer, eu vou agradecer. Porque afinal de contas, eu estou viva.
Entre trancos e barrancos eu aprendi muito com você!
Mas - e agora não fique magoado comigo, não é nada pessoal - vá em paz!
E que venha 2013!  

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Attraversiamo!

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas
que já tem a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
é o tempo da travessia: e se não ousarmos,
teremos ficado, para sempre
à margem de nós mesmos!"
 
Fernando Pessoa
 
Attraversiamo - quer dizer: Vamos atravessar!
Li isto no livro Comer, Rezar, Amar de Elizabeth Gilbert. 
 Adorei a palavra - Attraversiamo! Cheia de melodia! A língua italiana é mesmo repleta de sons que dançam aos meus ouvidos. Pode um som dançar aos ouvidos?
Aos meus, sim!
Attraversiamo! Attraversiamo! 
É como um grito que ecoa dentro, não se retém, não aceita ser sufocado, porque ele existe, e se existe ele precisa provar da existência, precisa sair e se tornar algo concreto, com ossos e carne, apesar de permanecer no campo da alma.
Vamos atravessar!
É um convite.
Cheio de promessas!
Mas é também um desafio, sabe lá o que nos espera...
É deixarmos a nossa zona de conforto, de comodidade, e nos aventurar!
É viver no mais amplo o sentimento da fé!
Não se engane, é para os corajosos...
Mas já ouvi dizer que coragem se prova ao se ter medo!
Medo e Coragem andam juntos, são irmãos!
Vamos atravessar!
Vamos deixar que o nosso instinto mais nobre, nos leve por um caminho que ainda não conhecemos, vamos apreciar as pedras deste caminho, elas com certeza estarão lá...
Assim como as flores!
Vamos aceitar que a vida é correr riscos, mergulhar fundo nestas águas profundas. Conhecer o que está escondido a quem não se atreve, a quem não se provoca, a quem não se questiona!
 Não nos condenemos à uma vida superficial, onde tudo é mais ou menos, onde tudo é morno! Vamos beber da fonte e nos embriagar do vinho!
Vamos nos encarar e aceitar que somos limitados, mas isto não é desculpa para ficarmos aonde estamos à tanto tempo, mudemos isto em nós.
Façamos das limitações a nossa força!
A vida é uma eterna mudança.
O dia nos abraça!
O céu é o mesmo, porém os olhos que o vêem podem ser diferentes.
E então?
Attraversiamo!
 
 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Fênix


“Deus diz:

Quem me procura, encontra.

Quem me encontra, conhece.

Quem me conhece, ama.
...

Quem me ama, é amado por mim.

Quem é amado por mim, é destruído.”

Kazantzakis de Sidna Ali
 
 
Nascemos!
Porque a vida nos chamou à existência.
Crianças, a gente não se perde pensando em razões para explicar o porquê de se existir, apenas somos.
Somos brincadeiras, somos curiosidade, somos amizade, somos vida sem preocupações, afinal a comida vem na hora certa, quando estamos doentes o remédio vem na hora certa, para o nosso choro há o consolo, cuidam para que a gente não se machuque, nos cercam de amor e carinho, não nos falta nada, tudo nos provêm, bom, pelo menos na maioria dos casos, é claro que há excessões, mas isto deixo para outro texto, em uma outra oportunidade.
Pensando assim, que lindo mundo é a infância!
Para as crianças existem os pais, e os pais ensinam que além deles existe um outro Pai, e que este Pai mora no céu e também dentro da gente,e a gente aprende que este Pai também cuida da gente, porque nos ama mais do que tudo. E a Ele somos apresentados.
Não com um aperto de mão, nem um abraço, muito menos um beijo... apenas algumas ideias, nos ensinam que um dia Ele veio ao mundo e deu a vida por nós, e ensinou que a maior riqueza do ser humano é o amor. 
Até que é fácil entender isto, porque até este momento só conhecemos o amor mesmo, e acho que nem importa muito que a gente nunca O veja, a vida desponta à nossa frente, nos convida, nos enlaça, nos mostra tantos caminhos, e a gente sabe que Deus nos ama, e ponto final.
Mas aí acontece que a gente cresce e a vida nos apresenta ao mundo, e neste momento a gente faz uma bagunça danada... são muitas possibilidades, são muitas pessoas, são muitos caminhos, milhões de pensamentos, trilhões de sentimentos e a gente nem lembra que pais existem, este que fica no céu então, Pobrezinho, fica abandonado.
E a gente O esquece.
Mas Ele não esquece a gente. Fica lá só observando, cuidando, protegendo, e porquê não se perguntando: Até quando? 
Até quando vai Me deixar de fora? Até quando vai colocar sua armadura para as lutas da vida e esquecer o Escudo e a Lança? Até quando vai fazer de conta que Eu não estou aqui, e que não precisa de Mim?
E então, depois de muitos caminhos, vencidos pelo cansaço, a gente se lembra das noites da nossa infância, aquelas que durante muitos anos nos encontravam depois das brincadeiras, em camas quentinhas de aconchego e calor. E nos lembramos que já fomos felizes sem ter quase nada, eu disse quase nada? Engano. Tínhamos tudo! Esperança, Sonhos, Fé!
Mesmo que a gente não entendesse o real significado destas palavras, tínhamos o que mais importava, um coração que sabia viver a Fé mesmo sem entendê-la.
Porque quando a gente cresce a gente desaprende a fé?
É um mistério que tento entender...    
E então nos lembramos que Ele de alguma forma já fez parte de nós, ainda faz, será?
Começamos a procurá-Lo, mas estamos tão maculados pelo mundo, tão viciados em uma vida que apesar de difícil é tão cheia de prazeres que a nossa procura se torna mais complicada ainda.
É como um ópio  que nos entorpece, que nos tira o foco, e já não enxergamos com clareza. 
Mesmo assim, a procura é legítima e a gente O encontra.
E naõ é um encontro fácil, Ele nos aponta nossas fraquezas, nossas limitações, nossos vícios e os prazeres que nos seduziram. Há dor e há sofrimento, mas também há libertação.
Há também perdão... Ele nos perdoa pelas vezes que nós mesmos não nos perdoamos, pelas vezes que não nos amamos e sendo assim esquecemos que a maior riqueza do ser humano é o amor. 
E assim Ele nos consome, nos transforma em cinzas que são levadas pelo vento, e a gente renasce como uma fênix, que não acaba aqui.
É um processo que vivemos em vários momentos, todos os dias.
Há qualquer instante somos presos em armadilhas, feito pequenos passarinhos, mas Ele vem e nos liberta, e nos faz novamente livres, porque assim é O Seu Amor!  

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Em dias...


Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O vejo em manhãs claras em que me dou a chance de abrir as janelas do meu coração...
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O vejo em manhãs claras quando os meus olhos se aquecem com o brilho do sol!
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda o vejo em pequeninos olhos inocentes que por graça de Um Criador, me foram dados para Amar!
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O sinto quando uma brisa leve me toca, e balança as folhas da árvore que enfeita a frente da minha casa...
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O vejo na água que mata a minha sede, que me lava, que me refresca e que acalma as ansiedades do meu coração!
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O vejo nas pequeninas e delicadas asas das borboletas, minhas queridas e amadas borboletas, que tanto me ensinam como acreditar de que apesar de rastejarmos, fomos sonhados para voar! 
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O escuto no canto dos pássaros que cruzam as telas deste azul!
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O escuto nas vozes de quem amo, ou mesmo de quem eu nem conheço...
Tudo é sinal!
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O vejo num "Bom Dia", em uma "Boa Tarde", em uma "Boa Noite"!
Sim, ainda O vejo, na força dos ventos, nas ondas do mar, nas areias do tempo...
O vejo aqui nas flores, nas que desabrocham, mas também nas que morrem...
Ainda O vejo na desesperança, na tristeza, na pobreza...
Na humanidade que engatinha, que cai sempre, mas que também tem forças para continuar, apesar de todas as forças contrárias que querem ceifar...
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O procuro em cada gota de chuva
O procuro nas luzes que brilham
E também no barro de que sou feita, matéria prima da criação!
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu ainda O sinto todas as vezes que a carne quer desistir, mas o espírito quer insistir...
Em dias que não se buscam mais a Deus
Eu O invento
Seja como for, seja onde for, seja de que modo for...
A criação inventando o Criador
A criação suspirando, gemendo e chorando por ter saudades, por ser incompleta...
Neste Vale de lágrimas do nosso coração!
Sim... neste Mundo Imenso, Belo, Generoso, Espelho do Amor Imenso que Tem por todos nós,  
Somos um Vale de Lágrimas
Porque em nossos dias não se buscam mais a Deus!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O som do coração ou se preferir - Fé!

Inspirado na cena do filme "O Som do coração"


http://www.youtube.com/watch?v=ietjsXKjWcQ&feature=player_detailpage

Assistindo a esse filme ontem, esta cena me chamou a atenção. O encontro entre pai e filho, em que sem saber que é seu filho, lhe dá forças para perseguir seus sonhos.
Suponhamos uma releitura desta cena...
E se este pai fosse Aquele que buscamos sem cessar em nossas vidas, que ansiamos que Nos ouça, que Nos encontre em nossas lutas, em nossos sonhos...
E se fosse Aquele para quem queremos entregar nossos talentos.
E se dissessemos a ele que temos nosso próprio concerto e Ele nos olhasse direto nos olhos e dissesse com bom humor - já ouvi dizer que Deus é um cara bem humorado - "Tem seu próprio concerto? E acha que vou acreditar?"
Permitam-me dizer aqui que Ele acredita sim, mas pergunta para saber se nós acreditamos, porque muitas vezes nós não acreditamos mesmo!
Existe alguém ou alguma coisa que tenta fazer com que não tenhamos coragem de ousar voar, e nós podemos sim, apesar de não termos asas, nós podemos ousar voar.
Podemos ousar sonhar, porque fomos feitos para isso, ou mais que isso, fomos feitos para realizar.
E a gente diz a Ele dos nossos medos, das nossas incertezas, das nossas fraquezas, temos nossa própria longa história, isso tudo é tão perfeitamente humano, e pode acreditar, Ele sabe e entende de tudo isso, pois já sentiu na pele o que é ser homem.
E Ele novamente nos olha diretamente nos olhos e diz simplesmente:
"Se eu tivesse meu próprio concerto não perderia por nada!"
E se nossa fragilidade ainda perguntasse:
"E se acontecer alguma coisa ruim?"
Ele com paciência de Pai nos diria:
"Ei, nada de mal vai acontecer, tem que ter um pouco de fé!"
Eu viajei assistindo isso, eu sei, mas me pareceu tão aceitável esta releitura.
As vezes a gente se perde por não ouvir o som do coração, por não deixarmos que Ele nos fale, por não estarmos em sintonia com Ele na melodia que criou para cada um de nós.
Eu acredito nisto...
Acredito, acredito e bato palmas!
Permitam-me uma observação - Ele precisa que acreditemos em nós para que a melodia da vida esteja afinada!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

À Você...

À Você que é tudo...

Receba estas palavras como minha oração para hoje, já que hoje é a única certeza que tenho.
Mesmo agora enquanto escrevo, sei que o faço somente por que Você permite que assim seja.
Quero traduzir aqui nestas linhas o que meu coração me pede que eu diga a Você, já que é por Você que sou.
Permita que eu ouse dizer que as vezes duvido de Você, mas acredite, é por querer demais estar enganada. Gosto de te provocar!
Cada um Te busca à sua maneira, Te negar as vezes é a minha forma de Te querer em minha vida!
Pode me perdoar por agir assim?
Pode me perdoar também por querer às vezes impor minha vontade acima da Sua, esquecendo que a Sua vontade é o melhor para mim?
Ah.. e também me perdoar por sempre esquecer que quando as coisas não estão colaborando, é que lá na frente algo de melhor virá?
São muitas coisas para me perdoar, eu sei... Sem querer pedir demais, pode me perdoar também pelas vezes que eu mesma não me perdôo?
Permita-me dizer sem rodeios, que as vezes eu não gosto muito de mim, as vezes eu não acredito muito em mim, e nestas vezes sei que desagrado a Você, porque sei lá no fundo que também sou tudo para Você.
Perdoe-me o meu cansaço sempre presente.
Posso dizer?
É a minha maneira de reclamar Seu colo!
Preciso Dele, preciso sim!
Como aquela flor, que se desprende pela força do vento de sua aste e voa sem direção, assim me sinto as vezes, e sei que só encontrarei a paz em Você.
Meu norte está em Você, e por mais que as vezes eu tente me virar sozinha, sei que nada sou sem Você!
Minha alma se embriaga de Você, com o sabor do mais doce vinho, e tudo o que mais desejo é poder estar em Você!
Pode me perdoar por Te desejar em minha vida com total desespero e solidão?
Pode me perdoar por tantas palavras sem sentido...
Pode me perdoar pelos meus tantos pecados, inclusive o de pensar e transformar em palavras os devaneios da minha imaginação?

Estilhaços

Minha pequena confissão: A cada dia percebo o quanto sou imperfeita, o quanto sou limitada em meus pensamentos, em minhas ações.
Antigamente, eu até me julgava ser uma pessoa boa, mas acho que me enganava por não querer olhar no meu espelho pessoal.
Quantas vezes, nesta minha vida eu já me verguei aos pecados da existência humana, meu Deus, nem sei quantas vezes...
É fácil, muito fácil, a gente sair por aí pregando aos quatro ventos, que somos assim mesmo, que faz parte da nossa humanidade sermos falhos, que é muito aceitável os nossos erros, afinal no fim seremos todos perdoados mesmo.
Aquele que nos criou nos formou do barro, e o que pode vir do barro a não ser lama?
Esta idéia é muito consoladora, se é isto que sou - um lamaçal - de mim não pode vir nada de bom!
Nestes momentos, em que me sinto assim, eu penso: Meu Deus, o que eu faço comigo? Como me tornar uma pessoa melhor?
E até nisto, eu vejo uma ponta de orgulho. Porque se Deus me fez assim, talvez seja assim que Ele queira as coisas, sem mudar nada do lugar. Talvez seja assim que eu consiga alcança-Lo, não sei.
Mas é um processo cruel. Tenho que dizer, muito cruel.
Porque é como se eu fosse um edifício, com seus alicerces construídos, e vejo que depois de pronto, começam a aparecer rachaduras, aqui e ali, no que parecia estar certo e definido. E então eu percebo, que terei que me destruir, para começar tudo de novo.
E não é fácil, se tratando de sentimentos e de pensamentos, não é nada fácil se tratando de alguém, de uma pessoa, de mim!
É como estar sempre engatinhando, sem nunca conseguir andar definitivamente.
E nestes momentos eu penso como fazer para acabar comigo, e deixar de lutar contra aquilo que eu sou prometida à ser!
É muito complicado enxergar os erros e principalmente querer extirpar cada um deles. Tenho que me fazer estilhaços e tentar compor depois um novo ser. Mais real, mais verdadeiro.
Apesar de doloroso, cada vez que isto acontece, eu agradeço!
Porque verdadeiramente apesar do que sou, sei que trago lá dentro algo que seja bom!
Talvez confessando os meus pecados, reconhecendo o que sou, eu possa dar um salto em direção à minha verdade, e isto a cada dia que passa, vem se tornando a razão da minha vida. 
É isto que busco - a minha Verdade! Não sei se algum dia eu a descobrirei, nem mesmo sei se ela é para ser descoberta, talvez a beleza esteja na busca.
Talvez a verdade esteja nisto - quando a buscamos verdadeiramente, a beleza do caminho não nos será negada!
Tem que existir algum propósito no sofrimento de se deixar quebrar toda e virar cacos, eu quero acreditar nisto...
Eu acredito, acredito... e bato palmas!
 
 


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Era uma vez...

Era uma vez...

É assim que se começam as histórias.
Na minha infância não posso reclamar de não ter tido sonhos iniciados com estas palavras. Era uma vez sempre povoou minha mente de fantasias.
É engraçado como certas palavras juntas despertam interesse e curiosidade, então é assim que irei iniciar esta minha pequena história. Não sei se ela - a história - fará juz a tão poderosas palavras, não sei se despertará interesse ou mesmo curiosidade e nem sei se terá um gran finale, mas as vezes me é necessário escrever sem pensar, apenas pelo prazer de escrever ou então, para quem sabe descobrir algo que eu não saiba.
Porque escrever é algo assim entre o consciente tão limitado e o inconsciente - um tesouro inesgotável de intensas possibilidades. Bom, mas vamos então à história:

Era uma vez... 

Uma pequena lagarta... acho que não comecei bem não é? Porque afinal o que pode haver de interessante em uma lagarta? Um ser vivo sim, mas tão insignificante, sempre rastejando, vivendo sem nem saber que vive, raras vezes pode ser considerada bela, algumas até tem umas cores interessantes, mas beleza definitivamente não lhe foi concedida pela mãe natureza. Será que devo insistir nesta história? Vamos lá vai, quem sabe esta lagarta em particular me surpreenda.
Porque a surpresa é sempre bem vinda em nossa vida. Sempre tão comum esta vida.
Mas continuando:
 
Era uma vez uma pequena lagarta, nasceu de uma flor - pelo menos era o que ela acreditava - nasceu assim do nada, como um ponto que alguém coloriu, ou pode ter sido também um pingo de tinta que caiu, e quando caiu escorreu se transformando numa linha fina que se tornou o corpo do que é a lagarta.  
Ela descobriu que não era feia nem bonita - ora, ora, não é que isto difere da minha definição de lagarta descrito logo acima? - enfim, ela apenas era! Era um bichinho que precisava comer!
Sabia que isto ia ficar comum, todos precisam comer... Ai ai essa lagartinha não vai me surpreender.
A linha fina do seu pequeno e frágil corpo foi escorrendo por um galho verde à procura de algum alimento, que logo encontrou. Uma visão do paraíso, uma enorme folha verde e brilhante ainda molhada, levemente curvada à sua fome, se doando gentilmente e gratuitamente ao seu olhar.
Porque é o olhar que primeiro devora, é a beleza do prato quem traz a sensação do cheiro e do gosto, e só então aí se rende aos outros sentidos.
A pequena lagarta satisfeita com seu almoço, logo percebeu o espaço ao seu redor. É uma flor isto? - ela se perguntou - Bom, colorido pelo menos é. E ela se convendeu de que era. Para ela estava muito bom que fosse, ela não foi feita para grandes descobertas, estava satisfeita com seu estômago bem cheinho.
E assim foram dias e dias e dias e dias...
Tantos dias assim será porquê acabou-se a inspiração? É que pensar dá trabalho. Assim como qualquer outra coisa. A vida é feita de trabalhos, por exemplo: comer dá traballho, andar dá trabalho, essas coisa físicas que são necessárias para se viver dá muito trabalho, assim como amar, acreditar, perdoar, brigar... porque não? também dá muito trabalho brigar, ou então coisas ligadas à arte como cantar, representar, pintar... são prazerosos, mas nem por isto deixam de dar trabalho.
Então eu estou aqui me dando o trabalho de pensar o que fazer com minha lagarta. Ó sim, ela é minha, eu a criei então é minha. Ela existe apenas no campo do meu pensamento e acho que está sobre uma flor, quero dar beleza para ela - mesmo que isto dê algum trabalho - quero que ela seja bem recebida quando sair da minha mente e por isto necessito de tempo e algumas palavras sem sentido.
...e dias!
Algo não estava bem, ela sentiu que algo estava acontecendo, e danadinha se atreveu a pensar - acho que comi muito - sentia um enjoamento e uma tristeza...
Tristeza? Lagarta conhece tristeza? Essa é nova até mesmo para mim que a criei!
A pequena linha que formava seu corpo não existia mais, estava disforme, ela não conhecia aquilo, e ficou com muita raiva!
Raiva? Essa é boa! Mas que atrevida... como se atreve a ter sentimentos? Sentimentos são coisas exclusivamente humanas, não estão à mercê de insetos, larvas e outros! Acho que esta lagarta está saindo do meu controle!
O que era fino começou a ganhar nuances amarelas, e ela imaginava - estou doente e vou morrer! Mas não morria! E pensava:
Há, não me perguntem mais nada, deixem ela pensar, se revoltou!   
O que seria a morte? É onde eu acabo - ela mesma respondeu - é onde eu deixo esta vida, comi, vivi, e agora morro. Conheci alguns sentimentos, tive um trabalhão para digeri-los, isto deve ter me deixado doente, sim foram eles. Pobre de mim! Porque não me contentei apenas com a comida que era me dada por aquela folha tão gentil. Ela era bela!
Tristeza e raiva acabaram comigo.
E agora o que vejo? Tons azuis? Será assim do outro lado? Ou ainda estou aqui? Dizem que quando estamos para morrer vemos coisas estranhas, e eu começo a ver tudo se colirindo ao meu redor. Morrer até que é bonito!
Mas espera... sinto um peso sobre mim, o que é isto? Esta linha que ainda existe se alonga agora... formando o que? Uma asa? Morrer é isto? Criamos asas? Morrer não é tão ruim assim!
Morrer é voar, viver é rastejar!
Peço desculpas por estes pensamentos malucos da minha lagarta, ela criou vida própria, não tive como contê-la.
Mas porque não vôo?
Hahá! te peguei pequena lagarta, que já não é mais lagarta, voltei a dominá-la, te contarei um segredo: Você é borboleta, sempre foi, desde o início! Mas quase saiu do meu controle! Queria continuar lagarta comendo e comendo minhas horas de sono, tirando o meu sossego, porque te queria assim, linda! Mas enfim consegui te transformar. 
Sim - eu, seu criador - eu, que tenho o pincel em minhas mãos. 
E você vôa sim! Vôa em minha imaginação!
 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Oração

Começo este texto pedindo perdão por esta imagem. Nossos olhos não estão acostumados a enxergar a vida desta maneira, mas eu precisava de alguma forma expor o que senti...

Já havia algum tempo, eu e minha família estávamos planejando uma visita a cidade de Aparecida do Norte, a oportunidade acabou surgindo no último sábado.
E quando sabemos que vamos fazer uma pequena viagem a um lugar que representa nossa fé, a gente vai se preparando antecipadamente.
Vai arrumando a casa interna, colocando as coisas no lugar, desarrumando outras com a esperança de que Deus as organize.
Não fazemos apenas uma viagem para O lugar, mas também somos este lugar.
Então eu fui fazendo uma pequena lista dentro de mim - bom, pequena estou sendo modesta - seria realmente uma longa lista do que eu julgava ou ainda julgo serem importantes para mim.
Um ou outro sonho, pedidos de saúde para mim e para um monte de gente, uma ajudazinha no financeiro, sonhos particulares de outras pessoas, enfim, muito à pedir, mas também muito a agradecer. 
E assim fomos nós, eu, meus filhos, meu marido, minha sogrinha, meus cunhados e cunhadas...
Depois de horas de carro - e isto já abala a minha pouca fé - chegamos à Aparecida do Norte, sob um sol escaldante.
O Santuário de longe se avista, assim como centenas de ônibus levando romeiros, milhares de carros de várias cidades, um formigueiro humano sobre um pequeno pedaço de terra.
Me permitam aqui falar que não pude evitar de pensar naquele filme - O Todo Poderoso - em que o protagonista começa a ouvir pedidos de todos os lados formando um verdadeiro tumulto no cérebro do pobre coitado. E eu confesso que minha pouca fé imaginou como Deus poderia ouvir a todos nós.
Confesso também que tudo que pensei em falar para Ele se foi, eu era apenas um corpo dentro daquela imensa igreja ouvindo o que Ele queria falar para mim, através da voz de outro alguém.
Me lembro de ter pensado assim: então, não preciso pedir nada, porque Você sabe do que necessito, as minhas necessidades estão aqui, assumiram esta forma que se chama Lilian, está tudo intrínseco a mim.
Assim como estava entre as tantas milhares de pessoas presentes ali.
Cada um com suas doenças, suas carências, seus pedidos, seus agradecimentos...
Mas eu me arrisco a pensar que os pedidos eram bem maiores que os agradecimentos.
E me arrisco porque temos fome!
Sim, temos muita fome... dessas que chegam a doer, que chegam a nos tirar tudo que somos.
Podemos mentir a nós mesmos dizendo que temos tudo, mas na verdade não temos nada.
Somos pobres, somos mendigos clamando por alimento.
Um alimento que nos liberte de nossas prisões, que nos alivie deste mundo, que nos salve de nós mesmos.
Temos muita fome...
Na hora da comunhão eu vi com minha tão pouca fé, olhares famintos para aquele Corpo de Cristo. E confesso, me senti compadecida por aqueles olhares. Porque eles refletiam tanto esta fome que no esmaga.
Necessitamos do pão por inteiro, e não apenas migalhas que este mundo nos dá. Pensando bem ele nem nos dá, nós é que rastejamos por nada. 

Esta então é a minha oração que nunca se acaba, Te peço Senhor : saciai a nossa fome.
Eu tenho sim, mil motivos para Te agradecer, não quero parecer uma filha ingrata, mas não tenho vergonha e nem orgulho que me impeçam de dizer - Olha para nós e sacia a nossa fome!
Amém!
 


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Razões

Começo este com uma pequena indagação.
Porque a gente tem necessidade de razões?
Porque temos necessidade de provar para estarmos certos de algo?
Existe alguma razão em se ter razão?
Porque pensando bem, não precisamos delas, para nada além do que vai a nossa delimitada razão.
Então eu não tenho que ter razões para provar a mim mesma que tenho razão.
Simplesmente é assim que sou, é para isso que sou - uma aspirante entregue as suas proprias razões.
Me perdoem se por agora não me faço entender, é que sou confusa em minhas palavras.
Desde muito pequena meu raciocínio nunca acompanhou a pressa das palavras.
Eu preciso de tempo, tempo para cozinhar o que trago dentro de mim. Tenho medo que ao falar possam de repente as palavras saírem cruas, então eu as retenho, e as mastigo, não existe como ser diferente.
E isso é sofrível, é sim!
Mas em todo sofrimento há de se ter um aprendizado, senão não haveria-lhe razão.
Em meio a este sofrer foi que descobri o maravilhoso mundo das divagações.
Foi assim que descobri o maravilhoso mundo de se escrever.
Fiquei muito tempo em silêncio...
E ainda sou silêncio, até mesmo para mim.
Escrever me revela, faz-me descobrir.
Me coloca diante de mim, e eu me deixo conhecer por mim, por outros.
Descubro que sou muito além do que imagino, - "oxente" ,eu penso, e se penso, existo e se existo preciso provar a minha existência.
Mas entendam, não provar de se ter razão, provar como a gente experimenta um novo gosto, como a gente prova de uma fruta. Melhor seria dizer então, provar "da" minha existência!
O medo?
Sim, ainda me acompanha, ainda sinto o gosto cru das palavras, mas também sinto que estou no caminho, caindo, levantando, aprendendo!
Tem sido maravilhoso descobrir-se e me sentir despida de mim mesma e revelar-me o eu ainda não conheço!
Porque cada palavra escrita é uma surpresa para mim!
Estas são as minhas razões, que não provam em nada que tenho razão.
Porque como diz Clarice - "sou eu que escrevo o que estou escrevendo. Deus é o mundo. A verdade é sempre um contato interior e inexplicável."

E se é inexplicável como exigir de mim uma razão?

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Fragmentos

Hoje tudo se espera, tudo se cria!

Meus filhos já foram para a escola, e a agitação da manhã se dissolveu em um perfeito silêncio.
Apenas a movimentação da vida lá fora continua e não se permite parar.
E não pára porque não existem meios de se conter a vida. Ela vai além do que podemos supor ou imaginar.
Vai além das pessoas que vejo andando pelas ruas, das crianças que passam brincando, dos carros um atrás do outro que eu vejo passando.
Vai além do que vê a minha limitada visão.
Vai além do primeiro sorriso de um bebê até o já cansado de um ancião.    
Este movimento que impulsiona tudo que existe, já atravessa anos e anos e anos...
Este universo que já viu tantas coisas e criaturas, desde tempos remotos até os dias de hoje, mas que não pára de se surpreender com a força de tudo que insiste em continuar brotando.
Muitas coisas já se extiguiram, outras ainda nem surgiram.
São partes separadas pelo tempo, mas constituem a vida por inteiro. 
Existem porque outras morreram.
Deram seu lugar ou seu espaço para que outra pudesse existir.
São partes de um todo - fragmentos.
Dispersos no universo, mas frutos de uma mesma criação.
Cada um com seu tempo para brilhar, e sendo assim - frágil e efêmero - muito mais admirável, muito mais belo.
É o milagre que por vezes insistimos em não vêr, mas ele acontece a cada fração de segundo, independente se o contemplamos ou não.
A todo instante é morte, a todo instante é vida.
Me ocorreu agora que vejo este ciclo aqui mesmo em minha casa, na minha varanda. Há alguns dias ganhei de presente uma pequena árvore, ela emprestava sua beleza na casa da minha cunhada, mas por razões que só a natureza dela explica, ela estava morrendo dentro de um ambiente fechado. Para tentar salvá-la a trouxemos para cá, onde ela pode receber chuva e sol. Com alegria percebemos que ela novamente adquiriu viço, novas folhinhas começaram a aparecer, mas não impediu que outras amarelassem e morressem.
Nada explica melhor a vida, do que a natureza. 
Nada explica melhor este processo do que a experiência de se plantar um jardim.
No jardim podemos enxergar o que nossos olhos tão acostumados com o cotidiano não vêem.
Esses pedacinhos de tempo que unem e separam a breve existência de cada ser.   
Minha alma, por vezes tão inquieta, hoje resolveu silenciar para aprender ou se lembrar que as vezes é melhor esquecer tantas perguntas, e apenas se entregar.
Entregar e se abandonar nas mãos deste grande mistério que nos divide e nos une, que nos fragmenta e nos reconstitui, nesta grande roda que não cessa de girar chamada Vida.   


domingo, 12 de agosto de 2012

Nada sei...

O ser humano tem o direito de errar... quantas vezes?
Estou aqui em frente ao meu passatempo preferido que vem se tornando o habito de escrever, ouvindo uma musica que me fez refletir sobre esta pergunta.
Me perdoem os erros da escrita, meu teclado hoje resolveu simplesmente ignorar totalmente as regras de acentuação, os graves e agudos não vão existir em minhas palavras.
Estou a merce de uma maquina que tem vontade propria, mas fora estes erros que no momento nao dependem de mim, a quantos erros sera que eu tenho o direito de cometer durante a minha vida?
Hoje, por exemplo ja cometi varios.
Sera que existe uma cota?
E depois que encerra essa cota, sera que somos punidos?
Porque as vezes o erro na realidade e uma busca para se acertar, sera que estes tambem são contados?
Porque se assim for estou ferrada!
Quantas vezes começei alguma coisa cheia de entusiasmo e acabei me convencendo que aquele não era o meu caminho.
Não, acho que esse não conta. Porque não e possivel caminhar sem cometer este tipo de erro, ele faz parte da minha busca.
E as vezes que magoei alguem, bom, acho que este conta, magoar as pessoas e uma coisa muito feia, e pecado!
Mas e se eu magoei, porque tambem fui ferida? E se foi defesa?
Sera que eu teria que abaixar a cabeça, engolir tudo quietinha, deixar que me ferissem, sem nada dizer?
Muitas vezes eu fiz isso, outras vezes não aguentei e falei.
Talvez errado seria eu me calar... sera?
Não sei, na realidade eu nada sei!
Ou melhor de uma coisa eu sei, sei que quanto mais eu vivo, mais me surpreendo comigo mesma, por perceber que errar ou acertar são partes essenciais de mim mesma.
Acertar e maravilhoso, mas errar e reconstruir-se. Redescobrir-se.
Experimentar uma parte toda nova de nos mesmos.
Errar e perceber que errei e a partir disto melhorar meu modo de ver a minha vida e as pessoas e humanizar-se.
Meus erros, meus acertos talvez estejam numa balança.
A balança do tempo!
Conforme os dias vão passando eu os percebo mais claramente, outros ainda estão na obscuridade. Conforme a estrada vai se apresentando eu vou vivendo errando e acertando. Uns dias mais erros, outros mais acertos, porem na busca.
Gente, este texto faz algum sentido para vocês?
Talvez seja mais um erro, ou um acerto...

Quem quiser assistir ao video que deu origem a este texto e este aqui:http://www.youtube.com/watch?v=PZnAmfjzq68&feature=player_detailpage

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Entre Lírios!

Não tenho certezas.
Elas não me foram dadas como dom em meu nascimento.
Como aquela história dos contos de fadas, em que a crianças recebe os dons e quando a última fada vai dar o seu presente vem a bruxa malvada e lhe dá um feitiço, mas para salvar a princesinha, a fada transforma o que era mau em esperança.
Então comigo deve ter sido mais ou menos assim, no lugar das certezas foram colocado dúvidas, perguntas, uma eterna inquietação. Em contraponto para que eu pudesse sobreviver a elas, ganhei como presente uma força que me leva a prosseguir.
À cada dia me é dado o necessário, literalmente.
O sol necessário, a chuva necessária, o alimento necessário, o amor necessário, as alegrias e as tristezas necessárias para que eu continue vendo o mundo com esperanças.
E eu aprendi a confiar nesta força que nunca me desempara.
Aprendi que existem sinais e que estar sempre atenta à eles pode ser um caminho.
Aprendi que os anjos existem, não só os de asa, mas aqueles que chamamos de pai, mãe, irmã ou irmão, marido, filhos, parentes e amigos, até mesmo inimigos ou desconhecidos.
Aprendi que a natureza é uma grande mestra e um verdadeiro maestro.
Foi através da natureza que nos foi dada a mais linda lição de confiança, porque neste mundo tudo não passa de uma grande ilusão.
Olhai os lírios do campo, olhai sempre para os lírios do campo.
Mantenha o seu olhar sempre voltado para os lírios do campo, tudo nos é dado com gratuidade. 
Tudo me é dado conforme o que necessito.
E a minha alma borboleta segue estes ares cruzando os céus, sem saber que flores me esperarão pelo caminho...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Suas mãos!

Um dia sem querer, nem esperar você chegou!
Nossos olhos se encontraram e leram nossas almas, e sem que alguém dissesse qualquer coisa, aceitamos que talvez o destino tivesse nos colocado frente a frente para que tudo começasse a fazer algum sentido para nós.
Sem ter certeza de nada, sem esperar quase nada você pegou minha mão e eu aceitei a sua, e este gesto sem sabermos, sem nem ao menos supormos veio selar o que para nós já havia sido sonhado.
Porque se um fim existe, ali estava o nosso começo.
Sua mão em minha mão, minha mão na sua...
Ao aceitarmos nossas mãos, aceitamos nossas vidas, já não mais separadas, mas para sempre unidas.
Aceitamos que estar juntos não é um sonho para sempre cor de rosa, estarmos juntos é aceitar o pior do outro e mesmo assim continuar querendo as nossas mãos.
Aceitamos que as nossas brigas é o que nos torna fortes.
Aceitamos que as pedras em nossos caminhos, são as mesmas pedras que formam a nossa casa.
Aceitamos que além da fidelidade está a lealdade e a confiança, e sobre tudo isto está o amor.
Ao aceitarmos nossas mãos, decidimos caminhar juntos por caminhos nem sempre definidos.
Ao nos darmos as mãos eu passei a ser você e você a mim.
E hoje, relembrando tudo que já passamos eu agradeço!
Agradeço pelo dia que sua mão tocou a minha e me fez acreditar que no fundo sempre fomos um só!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Aos amigos de hoje e sempre!

"Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos."

Outro dia no face descobri este aplicativo em que se coloca fotos dos seus amigos, e mais do que depressa fui adicionando um a um para ver como ficava. O resultado ficou bem legal, um mosaico de carinhas no seu melhor ângulo - eu gostei bastante -  e como sou uma pessoa que gosta de observar e viajar na reflexão comecei a pensar em cada rosto que estava ali diante de mim formando aquele quadro.
É fato que todos entraram em minha vida de uma maneira única e especial.
Contando com os que fazem parte da família, e estes inevitavelmente fazem parte de mim, não só pelos laços de sangue, como também por fazerem parte da minha história genealógica, há aqueles que foram chegando, ficando, indo...
Posso dizer sem sombra de dúvidas que tenho uma família abençoada, desde pequenininha sempre soube que meus tios, meus avós, meus primos estariam comigo para sempre, mesmo distantes, mesmo separados, eles estariam comigo para onde quer que eu fosse.
Me acompanharam em minha infância, e hoje não mais crianças, quando nos encontramos é festa denovo, sempre temos um motivo para rirmos juntos e com certeza já choramos juntos também.
Agora, tem aqueles amigos que a gente vai ganhando pela vida afora, que chegam e que fazem parte de uma determinado caminho, que compartilham com a gente momentos, desejos, ideias, e com estes também são criados laços - não de sangue - mas de cumplicidade.
Nem sempre temos as mesmas convicções mas a afinidade nos aproxima e nos mantém.
É certo que muitas pessoas já passaram pela minha vida, sou alguém que acredita neste lance de energia, então eu penso que tenho muito destas pessoas e elas tem muito de mim.
Porque ninguém entra na vida de alguém sem motivo, há sempre uma troca, eu gosto de imaginar que seja assim, eu gosto de imaginar que já contribui para o crescimento de alguém, da mesma forma que eu sei que muito já foi dado à mim.
Porque pessoas são criaturas tão misteriosas e tão interessantes, há de ter sempre alguma coisa para se aprender com alguém. Penso que nos complementam.
Talvez - viajando um pouquinho mais agora - quando Deus fez cada um de nós, tenha colocado em cada ser, só um pouquinho de Sua essência, talvez Ele tenha dividido entre nós o que Ele é, e eu acho que até pode ser assim, porque se colocasse tudo em uma pessoa só, pobre cidadão, estaria perdido sendo tão perfeito.
Então quando as pessoas se encontram e por algum motivo que ninguém explica, se sentem bem, talvez seja essa peculiaridade em comum que os faça amigos.
Tem também aquele amigo, que se tornou amigo sem nem sabermos porquê, aquele que te incomoda, aquele que te enche o saco, talvez este seja o melhor amigo, na maioria das vezes - tenho observado - é o espelho do que nós somos, vemos todos os nossos "defeitos" nesta pessoa. Nosso doce e cruel espelho.
Mas é muito bom termos pessoas assim por perto, é nos dada a chance de nos conhecermos no mais íntimo de nós e procurarmos nos melhorar.
E assim vamos nós, neste caminho infinito que nos leva de volta ao início, onde quem sabe éramos uma única e grande família..
Nossa... que viagem!!
De qualquer maneira sou muito grata à vida e a Deus por todas estas pessoas maravilhosas que fazem parte de mim, e olhando para estas fotos posso dizer com certeza que aí está um pouco de mim!

Observação .: é claro que não estão todos aqui, mas estes representam todos de uma única forma!

terça-feira, 31 de julho de 2012

O bem e o mal

Hoje li um texto do evangelho que fala sobre o joio e o trigo, onde dizia que ambos crescem juntos, não se deve arrancar o joio do trigo, porque se corre o risco de também arrancar o trigo.
E é tão profundo isto!
O mais comum seria pensarmos em nossa sociedade, onde existem pessoas que buscam se relacionar com o mundo em que vivem da melhor maneira, são trigo; e pessoas que buscam o próprio interesse, sem se preocupar com a realidade em que vivem, seriam estes o joio?
Eu acredito que exista sempre uma razão para alguém ser do jeito que é, o ambiente em que vive, a forma como foi criada, se teve mais ou menos amor, se foram passados valores que alicerçassem o seu edifício.
É um assunto que dá muito pano para manga.
Mas o que quero refletir aqui é que ninguém é de todo bom e nem de todo mal, assim como a verdade sempre apresenta os dois lados, penso ser assim também o ser humano.
Temos dentro de nós uma sementinha de trigo que cresce junto ao joio, foram lançadas junto à nossa humanidade e crescem com igual força.
O bem e o mal dentro de nós.
Todos os dias são travadas lutas dentro de cada um de nós, às vezes o bem vence, outras vezes o mal.Não temos como arrancar o mal, faz parte da nossa essência humana.
Vontade de Deus que seja assim? Não sei...
Li em algum lugar que agora não lembro, que o diabo só pode entrar no inferno e os anjos só podem entrar no céu, mas nós temos uma escolha.
Também li um livro à uns dias - O pobre de Deus, de Nikos Kazantzakis - uma releitura da vida de São Francisco, e me coloco a imaginar como pode alguém alcançar o que ele alcançou, uma pureza dentro desse caldeirão em que vivemos, ele travava lutas cruéis contra si próprio, ele possuia dentro de si trigo e joio, mas conseguiu se livrar do joio e ser trigo, mas como dizia o amigo inseparável dele - Leão - ele era um santo.
Eu sou apenas eu...
Imperfeita, indecisa, cheia de vícios, às vezes cruel, em meus pensamentos dançam anjos e demônios, e eu tenho que aceitá-los, o mel e o fel dentro de mim.
Penso ser esta a batalha que o ser humano necessita para alcançar os céus, vencer-se a cada dia, a todo instante.
Viver é uma imensa aventura e também uma constante armadilha. Todo momento somos testados.
Sendo assim, não existem pessoas que sejam sempre trigo e nem quem seja apenas joio.
Somos seres limitados, que as vezes amam, outras odeiam, ferem mas também cicatrizam, erram e acertam, são feridos e perdoam.
Somos seres imperfeitos e mesmo assim somos amados.

E eu tenho que saber que viverei sendo trigo e sendo joio até o final dos meus dias, onde me livrarei do joio e me tornarei apenas trigo, se assim Deus permitir.
 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tudo é caminho!

Quanto à buscar-se:
Se sentir triste é caminho como também estar alegre é caminho!
Renunciar-se é caminho!
Desapegar-se é caminho!
Encruzilhada é caminho!
Ter um amigo é caminho!
Ter inimigos é caminho!
Perder-se é caminho!
Querer ou não querer são caminhos!
Amar é caminho!
Odiar também é um caminho!
Perdoar é caminho, assim como perdoar-se é caminho!
Acreditar é caminho!
Desistir também é um caminho!
Tudo que se possa imaginar é caminho...
Mudam-se as paisagens, as estações, os sentimentos...
Mudam-se as dificuldades, as pedras encontradas ou mesmo as flores...
Mudam-se os perfumes e a claridade, assim como a ausência de cada um deles...
Mudam-se as esperanças ou as perspectivas...
Muda-se o destino...
Mas tudo sempre será um caminho!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Escrever...

Muito do que se escreve é inspiração, porém outro bom tanto é transpiração.
Suor mesmo, trabalho paciente... que se estende por horas, dias, meses, anos!
Estou começando a entender que não basta querer, muito menos se achar capaz, não basta ter a remota idéia de uma história, é preciso estudá-la, em cada margem do que ela poderia ser, acreditar nela ao mesmo tempo em que se desacredita, questiona-la, vivê-la, senti-la.
Mastigá-la e se o sabor nos parecer ruim, vomitá-la.
Buscar meios em todos os campos em que se possa pesquisar, para ir tecendo com nossos sentimentos e pensamentos o que nós mesmos nos questionamos.
Escrever - com todo perdão da palavra - é ser tipo um deus, que dá a vida , mas pode também tirá-la, se por um segundo de nossa mente perturbada duvidarmos do que se criou.
É ir buscando em nosso vocabulário, palavras que preencham o nosso vazio interior, mas já me disseram, e eu venho constatando a cada dia, que não existe como preenchê-lo, o ser humano, por definição - e eu não gosto nem um pouco desta palavra - é assim, um ser inconformado em gênero, grau e circunstância.
Se por um lado escrever é tão difícil, do outro é uma das artes mais interessantes e mais sedutoras.
Buscar conhecimento através de outros autores é vislumbrar a alma humana em vários momentos e em várias nuances.
É se dar a chance de crescer, não precisamos começar do zero, outros já fizeram isto por nós.
Se ver na pele de um personagem criado à partir de um pensamento é compartilhar dos mesmos anseios e medos - do personagem - e por presente até mesmo do seu criador.
Tenho percebido como alguns autores que não viveram propriamente na mesma época, tem um pouco de cada um.
É como li uma vez de alguém que agora não me lembro - "os jardineiros se reconhecerão!"
Neste exato momento, não sei se o que escrevo tem algum sentido para quem quer que seja, para mim me pareceu apropriado, e eu não quis jogar fora estes pensamentos, afinal são um pouco de mim, e eu estou me tornando um pouco de tudo que tenho lido e visto.
Lêr é viver - escrever é eternizar o momento fugaz do pensamento!
 

terça-feira, 26 de junho de 2012

As duas flores!


Era uma vez duas flores, uma branca e outra vermelha.
Eram únicas, não existiam outras iguais a elas, apesar de viverem em um imenso jardim.
Todos os dias a natureza lhes concedia o sustento, o sol sempre as acariciava com seu calor, o vento soprava e elas podiam sentir todo o movimento do universo através dele, a chuva molhava a terra que as sustentava lhes mandando vida através de seu caule e de sua seiva.
As duas traziam em sua essência a beleza e o perfume de quem as desenhou.
Uma possuía toda a delicadeza e pureza em suas pequeninas pétalas brancas, cinco pétalas angelicais.
A outra transmitia toda a sua paixão através de seu vermelho vivo.
As outras flores do jardim, comuns em suas cores e formas, sempre admiraram aquelas pequeninas por suas singularidades, que davam ao ambiente em que viviam mais encanto e magia, pois como poderia existir duas flores tão diferentes naquele espaço, tudo lá sempre foi tão previsível, tão abandonado por mãos humanas, o nascimento daquelas duas foi o acontecimento mais milagroso que elas já tinham visto em suas breves vidas.
Apesar disto tudo, as duas não estavam felizes.
Nasceram no mesmo instante, através de duas sementinhas idênticas, como qualquer plantinha, o broto deu origem a uma raiz forte, e o outro se dirigiu para o alto vencendo a terra e vislumbrando o céu.
Seus primeiros galhinhos eram iguais, viram - os dois - o mesmo dia com o sol e a mesma noite com sua lua e suas estrelas, cresciam alegres repletas de força e vigor.
Suas primeiras folhinhas eram acarinhadas pelo orvalho da manhã. E as duas ficavam sonhando como seriam sua flores, de que tamanho, qual a cor, como seriam seus perfumes.
Elas apenas imaginavam que para sempre seriam iguais.
Quando num dia de primavera a primeira pétala apareceu em uma delas, as duas se alegraram, seriam brancas!!
Brancas como a neve, brancas como as asas de um anjo, brancas como a pureza de uma manhã.
Mas então, aconteceu algo que mudou tudo entre elas, a outra pétalinha nasceu vermelha.
E agora, não eram mais iguais!
A cada dia, foram nascendo as outras pétalas, transformando-as em duas magníficas flores, mas ao invés de se sentirem abençoadas por isto, esta diferença entre elas foi a sua perdição.
Uma começou a sentir-se mais bonita que a outra, mais especial, de maior perfume, deixaram de perceber que a diferença e a singularidade entre elas é que dava ao jardim o encantamento de sentir-se especial por tê-las no meio dele.
Pobre flores, a benção que tinham recebido se transformou em maldição.
Não queriam mais viver ali, não queriam mais estar juntas, queriam levar-se para outro lugar, outro jardim, em que só existisse uma delas, um jardim para cada uma.
Porém a raiz de cada uma estava sobre a mesma terra, separarem-se era quase impossível, a não ser que a natureza interferisse, o que acabou acontecendo.
Ela enviou seus pequeninos insetos que levaram a essência das duas flores para outros cantos, onde elas renasceram e puderam ter sua beleza admirada particularmente.
O jardim original conserva ainda no lugar onde as duas viviam dois galhinhos secos, símbolo da lenda das duas flores que não puderam se suportar.         

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Divagações

Alguém já teve a estranha sensação de conhecer alguma coisa ao vê-la ou ouvi-la, sem nunca ter de fato tomado conhecimento?
Como se uma parte de nós já soubesse, mas outra não.. uma coisa meio dividida entre corpo e alma, mente e coração...
Sei que é estranho dizer assim, de vez quando penso que sou meio louca por pensar assim, mas foi o que aconteceu comigo ao auvir uma frase que me soou como uma revelação - que eu já sabia - ou uma parte de mim, pelo menos.
"Não há vida no deserto, somente Deus mora lá..."
Quando eu era pequena, nas minhas aulas de catequese, eu aprendi sobre os quarenta dias no deserto: Jesus, antes de começar sua vida pública passou quarenta dias pelo deserto, para que fosse tentado. Então o que minha mente registrou é que no deserto existia o mal, porque lá Jesus foi colocado em questão para as atitudes que teria em sua vida, mas acho que o coração registrou algo mais profundo,algo que eu tive que ouvir para que ela submergisse, algo como isso: só no deserto Ele poderia realmente silenciar o homem para que o divino se manifestasse.
No deserto da alma humana, onde já não existe nada, nenhuma gota do que nos é familiar, onde nos esgotamos de nós mesmos, somente neste deserto é que podemos ter este encontro conosco e com Deus.
Podemos sentir medo em nos aventurarmos a ir em busca do nosso deserto pessoal, lá é um lugar solitário em que só existe o espelho da nossa própria existência, lá com certeza enfrentaremos o mal que eu acreditava existir em um ser que só queria nos ferrar - é mais fácil depositar em um ser imaginário os nossos pecados e o  quanto nós podemos ser cruéis - enfrentar a si próprio não é nada fácil, vencermos a nossa humanidade frágil é o que nos aproxima da nossa essência divina.
Por isso peço de todo meu coração, quando eu estiver perdida em meus confusos pensamentos, em minhas loucas divagações, me leve para o meu deserto, para que eu possa me silenciar na plenitude que é o Senhor!
   

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Faz parte do meu show!

Às vezes a gente se perde na vida, tentando encontrar um motivo para ela.
Vamos atirando para tudo que é lado, apostando em várias direções, sem nem saber direito o que espera o final de cada caminho. Isto quando chegamos a concluí-lo, o que nem sempre acontece.
E esta ansiedade em querer acertar, muitas vezes nos leva a desilusões, que se transformam em feridas, geralmente difíceis em cicatrizar, levando muitas vezes à tantas doenças no corpo e principalmente na mente e no coração - estas são as piores - são o câncer dos dias atuais.
Hoje, conversando com uma conhecida, ela me dizia que esteve muito preocupada com sua saúde porque de uma hora para outra emagreceu demais, a conclusão dos médicos depois de uma bateria de exames foi depressão - a doença do século.
Bom, para encurtar a história, ela me disse que não tem medo da morte e eu fiquei pensando, eu queria não ter medo.
Mas tenho!
Tenho um medo absurdo desse mistério que chega sem avisar e nos leva sei lá para onde.
Se pudéssemos ter certeza do que nos espera do outro lado, mas não há...
Sou uma pessoa que luta por dentro com todas as forças para acreditar que estou aqui hoje, e amanhã estarei em um lugar melhor, mas o que seria este lugar melhor?
Porque por mais que este mundo que eu conheço seja imperfeito, este é o mundo que eu conheço, do qual eu sempre fiz parte, é aqui que construo o que sou, é aqui que me perco nesta natureza imensa e maravilhosa que me cerca e que eu tanto amo, é aqui que cresço com meus erros e acertos, é aqui que sou feliz e sou triste, é aqui que sonho e me desespero, é aqui que sou...
O que serei além?
Eu não sei, e o fato de não saber faz com eu busque razões para minha vida.
Então eu escrevo, me parece que escrever cria um ponte entre o que eu penso ser e o que de fato é...
Me parece que escrever liberta minha alma desta escravidão que o corpo me ensina, e então eu reflito:
E porque tenho que ter certezas?
Se tudo se move de uma maneira infinitamente bela, quando se deixa de tentar desvendar os mistérios.
Esta palavra - mistério - por si só já se designa como algo sem explicação.
E porque tenho que tentar explicar a minha vida?
Eu gosto de não ter explicações, muito menos definições, que me limitam, que cortam as minha pequenas asas, que às vezes tentam voar...
Eu não, sou muito mais interessante sendo um mistério para mim!
Faz parte do meu show ser esta pessoa tão cheia de perguntas e incertezas, e tão cheia de coragem para me enfrentar a cada novo dia!!
 
   

terça-feira, 19 de junho de 2012

Hoje...

Hoje acordei super mal, aliás eu nem dormi, porque levantar a cada uma hora não é dormir.
O sol hoje nem deu às caras.. deve estar doente também.
Em dias como hoje nada se cria, nem se inventa.
Dia estranho...
Tudo parado, tudo nebuloso, nem o vento quer existir, só uma chuva fina insiste em cair.
Pensando bem agora, acho que hoje nem os pássaros deram o ar da graça. As coisas estão meio mofas, deve ser este ar úmido e gelado que me causa esta sensação de desconforto e de frio.
Tudo que poderia ser inspiração foi consumido pela fragilidade do meu ser.
Pobre ser!
Completamente destruído por uma simples gripe que me arranca todo o ânimo. 
E eu aqui, fico olhando as teclas, na esperança de que elas saltem à minha frente, e por livre vontade escrevam o que eu não sinto.
Porque escrever é sentir, e se eu nada sinto, como posso esperar algo de mim?
Dias como o de hoje, em que a minha inutilidade se faz presente, deveriam ser apagados.
Será?
Porque o mundo gira apesar de mim.
As pessoas que saíram cedo de suas casas, que enfrentaram trânsito, apertos, caras fechadas; que tiveram seu dia de luta, esperam ansiosas poder voltar para elas.
Esperam retornar para seus queridos, contar sobre o dia que tiveram, sobre o que fizeram, sobre as suas esperanças e descrenças, sobre o quê e quem conheceram. Sobre o que viram das ruas, das pessoas e do mundo, e isto não é nada igual ao que o outro também viveu.
Porque cada ser tem sua experiência pessoal e nas trocas é que percebemos que ninguém é igual a ninguém.
A noite vai chegar, e vai encontrar corpos e mentes cansadas, mas também encontrará esperanças para um outro dia, e abraçará cada um com carinho, desejando um tranquilo adormecer.
Daí que encontro enfim, um pouco de poesia para esta minha vida que no dia de hoje estava até então vazia!
E eu pensando nisto, consigo até dar um sorriso, porque Graças à Deus, o mundo gira apesar de mim!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O encanto do instante!

Nota da autora - O título para este texto me foi inspirado por um comentário do Frei Angelo, que pratica Tiro com arco Tradicional, que aprendeu com este esporte o encanto do instante!


Sabe, muitas vezes em nossas vidas nos são apresentadas algumas situações que podem alterar todo o nosso caminho.
São momentos mágicos, que podem fazer com que a gente mude de direção, e eles acontecem aonde querem e como querem - em nosso trabalho, em nossa escola, em relação a qualquer tipo de situação, seja com amigos, desconhecidos, familiares ou um amor - porém como são mágicos, eles infelizmente duram a fração de segundos.
Nem sempre o reconhecemos, porque caprichosos, às vezes não são lá muito claros.
Mas também acontece de que mesmo sendo transparentes, pode nos faltar a coragem necessária para agarrá-lo com força e se entregar a ele.
Sabemos que aquele instante está repleto de esperança, e nele está toda a nossa vontade e o nosso tesouro, mas por medo e inseguranças dizemos não a ele, e com isto simplesmente escolhemos dizer não a nós mesmos.
É como um amante fugaz, que exige de nós respostas prontas e rápidas - é preciso que se diga, é preciso dizer bem alto, se não o momento... passa!
E aí ficamos com aquele sabor do que poderia ser, das palavras que não foram ditas, dos gestos que não foram feitos, da entrega que não aconteceu.
Como todo encanto que se preze, neste momento a gente conhece o que está contido em sua maldição.
É como uma encruzilhada que se apresenta à nossa frente, podemos até demorar em nossa escolha, analizando o melhor caminho, e apenas este momento é nosso, apenas neste momento temos o poder da decisão, pois quando lançamos a nossa flecha o alvo já está decidido, não há como voltar atrás.
É realmente muito difícil tomar certas decisões, é como se lançar de um abismo em plena escuridão, sem nenhuma certeza de que este salto nos dará asas para alcançarmos os céus dos nossos sonhos.
Mas eu acho que se acreditarmos nestes momentos, e se acreditarmos que janelas ou portas nos são abertas nestes instantes, e se acreditarmos que é uma mão poderosa que nos chama, nada neste Universo poderá nos impedir de sermos felizes.
Afinal, também nós somos flechas lançadas aqui nesta terra, por alguém que também sonhou e acreditou no seu instante mágico!

Incluo aqui a cena de um filme que penso representar bem este instante onde nos é dado o poder da escolha, apenas um instante em que o céu se abre para nós e vislumbramos todo o nosso tesouro escondido.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=9Zu622XjDuA

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vamos fazer o que ainda não foi feito!!!

Hoje ouvi uma música com este refrão: Vamos fazer o que ainda não foi feito!
E esta frase ficou em mim...
O que eu poderia fazer que ainda não fiz?
Bom, em minha vida já fiz muitas coisas... apesar de ser um tanto caseira, até que já me aventurei por aí!
Aprendi violão, quis ser hippie, já tentei mudar de religião, compliquei meus sentimentos achando que estava apaixonada, cantei nos bares da vida junto com minha irmã, namorei com um cara que queria me privar desta aventura, depois percebi que tudo que se faz por obrigação acaba com o prazer, quase morri uma vez nas mãos de médicos que julgavam saber o que estavam fazendo, fiquei quarenta dias presa a uma cama por conta disto - isto me faz lembrar agora dos quarenta dias no deserto - fiz parte de um grupo de teatro, descobri com isto que possuimos várias facetas de personalidades contidas e acho que foi uma das mais belas fases da minha vida.
Tive amigos que me me mostraram várias partes de mim que eu não conhecia.
Com eles fiz minhas primeiras viagens sozinha. Por falar em viagem, uma vez fui para o Rio sem nenhum dinheiro no bolso e foi uma das minhas experiências mais divertidas.
Casei, tenho um lindo casal de filhos, comecei uma faculdade de jornalismo que interrompi a pouco tempo por falta de grana, porém foi um ano maravilhoso que vivi entre pessoas bem mais jovens do que eu, que me fizeram perceber que a idade está mesmo apenas no conceito que se tem dela, pois muitas vezes não corresponde ao que trazemos no coração.
Enfim, já vivi tantas coisas nestes meus quarenta e três anos de vida!
Tantas coisas que me marcaram e que trago comigo aqui em meu coração!
Porém, ainda deve existir muitas outras coisas para se viver no que se resta da minha vida...
Como aquela música da Ritinha Lee - Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida - e a gente tem tanto para descobrir, a cada novo dia em que abrimos os olhos tantas possibilidades são nos dadas.
Deve mesmo ter alguma coisa que eu ainda não fiz e descobri-la está sendo muito divertido.
Como um novo brinquedo na mão de uma criança, que ainda está sob o papel de embrulho, com fitas coloridas a prendê-lo.
Devagarzinho ir desatando os nós, tirar o papel e descobrir o que está dentro da caixa, a surpresa, a alegria...
Descobrir o que podemos fazer com o tal brinquedo, criar histórias para ele, com ele dar mais um passo para nossa própria descoberta.
Afinal, somos seres misteriosos para nós mesmos, quem sabe o que virá de nós?

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Entre pessoas e flores!

Sigo a vida plantando sementes, e a vida me segue  sugerindo mais flores!!

Diante de tantas dúvidas que existem nesta minha cabecinha de vento, uma certeza vai se desenhando a cada dia!
A de que por mais difícil que seja o convívio social, dependemos quase que totalmente do outro!
E se dependemos também é verdadeiro que o outro precisa de nós.
Já pensei sim, e confesso que de vez em quando ainda penso, que seria bem melhor morar sozinha em alguma montanha isolada de tudo e de todos, respirando apenas o que me cabe e vivendo exclusivamente de contemplação.
Mas acho que isto não faz parte da minha vocação. Se Deus me colocou aqui, sem que eu pedisse, e sei que um dia irá me tirar sem que eu peça também, quero mais é abraçar a esta vida com tudo que ela trás, inclusive pessoas... é muito triste e cansativo estar sozinha.
Precisamos deste contato, é importante vivermos tendo alguém com quem contar, mesmo que for para nos contrariar, somente trocando idéias é que podemos ir nos moldando, nos tornando flexíveis, isto faz com que deixemos de acreditar que o mundo pode girar somente em torno de nós.
Muitas vezes, indo um pouco mais além, pude ver a importância de certas pessoas como sendo sinais.
Já vivi muitas experiências assim, muitas pessoas já me direcionaram, e eu acredito sinceramente que ali estava Deus, falando-me com a voz de um amigo.
Ninguém neste mundo pode ser tratado inferiomente, a gente nunca sabe por onde andam os anjos.
O exemplo que tem me seguido constantemente é a de um jardim.
Em um jardim a gente tem a experiência do trabalhar a terra, do semear, da paciência em esperar que se germine o que se plantou, ver crescer, florescer, morrer e novamente ser semente, porque tudo é um ciclo. 
Assim são as pessoas, cada uma a seu modo vai crescendo, se estamos por perto, podemos ver a beleza deste crescimento, juntamente com elas também estamos em desenvolvimento, temos que aguentar nossos espinhos, mas juntos formamos um jardim colorido e perfumado.
Tenho plantado várias sementes, algumas foram levadas com o vento, foram crescer em outra paragem, um dia pode ser que alguma borboleta as tragam de volta sob nova forma.
Outras ficaram, estão crescendo aqui em meu jardim, me alegrando com surpreendentes cores e formas, todos os dias abro minhas janelas e vejo como são belas e perfumadas.
A verdade é esta, não sabemos até quando estaremos por aqui, então o que podemos fazer é colorir a vida das pessoas e deixar que elas façam o mesmo por mim.