quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Amigo!

Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo.
 
Esta pequena frase traz tanta verdade que chega à doer.
Num mundo onde as redes sociais imperam soberanas, até onde se pode medir o quão de importância uma pessoa tem na vida de outra.
Eu mesma, às vezes me sinto tão sozinha, mesmo tendo um número grande de amigos em uma das mais famosas.
Até onde o que se diz, ou melhor o que se escreve, transmite o que realmente se sente.
Sem querer causar qualquer tipo de polêmica, ou mesmo desmerecer a importância que se faz a internet em nossos dias, eu ainda assim me pergunto:
Será que ao invés de aproximar as pessoas, estamos mantendo-as cada vez mais distantes.
Outro dia destes fiquei a pensar na frase de um amigo, que queria a amizade verdadeira, aquela com substância, não a de algodão doce, que se dissolve à primeira mordida.
Será que na maioria das vezes somos apenas uma figurinha na página de alguém, algo colecionável, daquelas  que se trocam assim que encontramos alguém mais interessante.
Num mundo tão solitário, há que se existir a verdadeira amizade.
Aquela que te estimula, que te valoriza.
Não aquela que se faz cega aos nossos erros, mas sim aquela que nos faz enxergar as nossas limitações e nos eleva.
Aquela que chora com nossas tristezas, e se alegra com nossas conquistas.
Aquela que ri de nós, e com a gente!
Aquela que te aquece em momentos de solidão.
Aquela que mesmo distante sabemos que estão torcendo pela nossa vida.
A mão na hora certa. O abraço tão desejado!
Não há preço para estes pequenos gestos de carinho.
O ser humano precisa do "ser humano".
Acho que não há outra maneira de se viver.
Olho para cada "figurinha" aqui e sei que são muito mais do que isto, são almas delicadas que foram me dadas de presente, todos merecem meu carinho e meu respeito.
São anjos que me ensinam a cada dia o valor da permanência em minha vida! 
Porque ninguém entra em nossa vida por acaso!
Todos me ensinam que posso ser muito mais do que sou!

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=5uPwx_VFPco
 

Peregrina!

Caminho...
Há muito tempo ando por esta estrada chamada vida!
Tenho visto muitas coisas, mas ela não se cansa de me surpreender.
Me convida, e eu, curiosa que sou, sigo a cada dia.
Não sei qual é o meu destino, e sinceramente nem sei se ele existe.
Prefiro acreditar que não, prefiro apenas caminhar, e deixar que este caminho me conduza, me mostrando luzes e trevas daquilo de que sou feita.
Não há nada definido, para quê seria assim?
São nuançes que mudam e eu gosto destas delicadas mudanças.
Sinceramente, de monótono já basta a rotina.
As sempre mesmas idéias, os velhos e mofados preconceitos, as indiferenças que fazem das diferenças ainda mais sofridas.
Se não posso ser livre deste mundo insensível, livre pode ser meu pensamento.
Tenho direito à um caminho que eu mesma escolha trilhar, e é nele que acredito.
Ele tem sido longo, de demoradas descobertas, muitas vezes solitárias descobertas...
Outras nem tanto assim, almas delicadas vem se juntar à minha e juntas durante um tempo bebemos da mesma fonte.
Olho à minha frente e não sei o final de tudo isso, mas tenho comigo que ainda terei muito à descobrir!
Meus pés estão descalços, para que eu nada perca, para que eu possa sentir a vida como ela à mim se apresenta.
Este solo é rico e é sagrado.
Em meu coração sou peregrina!  
 
 
 
 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A marca de um olhar!

Ela caminhou por aquelas ruas estreitas do parque, sentou-se no banco em frente às árvores completamente perdida e sentiu a brisa, que sobre ela trazia o aroma fresco da manhã.
Os primeiros raios de sol, preguiçosos e silenciosos, aqueciam-se e aqueciam o mundo que àquela hora começava à despertar.
Passáros em uníssino agradeciam por mais um dia, enquanto pequenas borboletas coloriam a tela que se desprendia através de uma lágrima.
Procurava um sentido, uma direção, já que tudo que ela acreditava e conhecia se desmonorava.
O que era certo e definido tinha sido quebrado, como um cristal fino que tem em sua beleza toda uma fragilidade contida.
Tão frágil. A vida é tão frágil! A beleza é tão frágil!  
Será por isso que a vida vivida intensamente é tão bela, será que é bela pela sua própria fragilidade!
Devaneios!
Ela riu de si mesma.
"Devo estar perdendo o juízo, já não penso mais racionalmente."
Ela ficou por vários minutos olhando o nada, mas então percebeu que não estava sozinha.
Existia uma presença amiga que sentava ao seu lado.
"Mas que coisa - ela pensou - não vê? Quero estar sozinha!"
Mas se arrependeu por este pensamento e emendou:
"Não, não quero... fica comigo!"
E ali, eles ficaram por muito tempo, longos minutos.
Com paciência, ele esperou, e enquanto esperava,olhou para a mesma direção que ela.
Para as mesmas árvores que dançavam ao vento, e os pequenos insetos que voavam em tantas direções.
As pequenas formigas em seu esforço diário, tão alheias aos desatinos dos corações.
Seus olhos eram os dela, e ele viu através dela o sofrimento por que passa um ser humano.
Mas ela também viu através dos olhos dele, uma árvore que se diferenciava das outras pelo seu aspecto pequeno, galhos finos que cresciam até certo ponto, e depois mudavam de direção.
Através dos olhos dele, viu o esforço que aquela pequena árvore fazia para ganhar os céus.
E percebeu que assim como a pequena árvore, também a vida do ser humano é feita de desafios,  de riscos, e quando um caminho parece ter perdido o sentido, nos resta mudar de direção.
Respirou fundo, se levantou daquele banco e voltou para sua casa, mas não sem antes pensar:
"Não me deixa sozinha, vem comigo!"

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=TigrUMRdkBk
 

 

 
 
   

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Noturno

Lilázes! Azuis!
Quando a vida se aquieta, quando o que está fora não tem mais poder, outro mais forte, navega por sobre  a existência!
E então se abrem outros olhos, mais perspicazes, que tudo vêem.
Olhos na alma, olhos da alma!
Sábia! Eterna!
Para ela não há segredos, descobriu o mundo através de todos os séculos!
Viajou por imensidões e observou a vida sendo gerada!
No seu vôo delicado e manso, viu o que ninguém poderia ver!
Respirou o primeiro ar e sentiu o primeiro beijo!
Beijo... beijo!!
Soube que através do beijo tudo se uniu!
E não há mais um ser vivente que não esteja unido à ela!
De velha que é, conhece todos os rios e caminhos...
Turvos e curvos...
Na névoa ela dança, e se extasia de prazer, ela se une e se rompe...
Nua!
Pura!
Na noite escura, ela se encontra e sabe do que é feita!
Da terra, do ar, da água, do fogo!
E ela se dissolve e se espalha e se queima!
E nas cinzas se refaz!
Nas chuvas ela percebeu que a vida necessita de morte!
É um círculo, um ciclo, uma aliança!
Ela é caçadora, mas também é a presa!
Presa de um amor do qual não se foge, mas se busca!
E essa busca a mantém sempre vigilante, sempre à espera...
Porque ela sabe que quando a vida anoitece é para lá, para o lugar deste amor, que o Destino a irá levar!