sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Sombras

O que é seu? O que é meu?
Ainda que tarde se descubra, há bens que não se podem tomar.
Nascem conosco, são intrínsecos. Como digitais. Únicos.
Sem DNA.
Ainda que se destrua.
Ainda que se persiga por sombras que sempre estão juntos a nós, que caminham por nossos passos, insistindo em nos alcançar, fazendo com que percamos a fé em nós mesmos, tentando nos anular.
São ventos que passam e nos envolvem com seu perfume, sombras que dançam sob a triste música de uma existência que não se aprofunda, que não mergulha em oceanos que sejam seus.
Tristes sombras! 
Ainda que se perca, e já não saiba mais onde começa um e termina o outro, o que seja luz e o que seja sombra, não temas!
Os fragmentos de que foi feita voltarão a ti! Pedacinho por pedacinho do que se tentou levar.
Te refazendo! Te florescendo!
Te acumulando de novos sonhos, colorindo o que era cinza. 

Como aquela árvore que tanto amas e que agora em verde está, vivendo a espera do amarelo que em breve a cobrirá, te faz eterna por onde acredita! 
O caminho que persegue é o seu caminho!
Preparado desde o início, não importando onde este começou.
Em qual fase. Em qual vida.
Coloca óleo nessa ferrugem. Dá novo ânimo a engrenagem que move a roda.
Prepara o novo terreno. Semeia novas sementes. Colhe novas flores!
Enfeita o teu jardim!
O que é seu é seu!
Mas o que é meu, para sempre será meu!