quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Carta para 2015!


Hoje, depois de muitos meses ausente de mim, estou aqui em frente ao teclado, tentando estabelecer algum contato. Depois de tanto tempo, é natural que pareçamos estranhos um para o outro.

As ideias vem e vão da minha mente. eu não sei direito o que escrever. O que falar para mim mesma. Sim, porque, as palavras tem esse dom, esse mistério. Mesmo sendo minhas, saindo de algum lugar de  meu cérebro, entre impulsos elétricos e choques emotivos, elas sempre tem alguma novidade para me contar.
Mas hoje, acho que até elas se surpreenderão comigo,diante de todas as coisas que vivi nesse ano de 2015.
Daria uma novela, com certeza!
Lembro-me de algumas citações que em algum momento eu li, jardins e cemitérios, um sendo criado  dentro do outro. Um dando espaço para que o  outro existisse. O jardim que depende do cemitério. Metaforicamente, a vida que precisa da morte, a morte que se transforma na vida. A lagarta em seu casulo. O sofrimento da borboleta em sua metamorfose. Os grandes olhos da coruja, enxergando o que meus olhos não viam, mas sentiam.
A humanidade da criatura sendo posto a prova. A divindade da alma crescendo.A unidade das duas rumo a pró pria evolução. o caminhar entre pedras e espinhos que feriram, o perfume delicado das rosas que sempre estiveram aqui, lembrando que nunca se está sozinho.
Situações que roubaram, outras  tantas que devolveram.
Crianças na roda girando e girando. Cantando canções de vida e esperança.
Quando se anda pelo vale da morte, anjos cuidam dos nossos pés. 
2015! Ano que ficará em minha memoria como um presente. Veio enrolado em papel dourado, fitas azuis! Ilusão de algo que poderia ter sido bom, porém, se perdeu. E eu fico olhando sua caixa, os papeis ainda sobre a cama. e disso tudo, tiro várias lições! Estou guardando-as aqui no coração!

Uma pequena experiência:

Sentada outro dia, num dos bancos da minha igreja, olhando meio perdida para seus vitrais.. tantas histórias da minha vida essas paredes já viram, esses pilares... quando de repente uma menininha de uns 7, 8 anos, cabelos pretos e compridos, muito parecida ao que eu já fui um dia, passou correndo pelo corredor central,subiu as escadas do altar, se dirigiu sem medo até onde está o sacrário e se ajoelhou. Vi uma de suas mãozinhas tocar o dourado de onde se guarda o Sagrado, depois se levantou e da mesma forma veio correndo, sentou-se num dos bancos lá da frente bem na minha direção. Fez o sinal da cruz, e veio saindo meio pulando pelo mesmo corredor de onde surgiu.
Trago dentro de mim, o dom ou a maldição de viver a intensidade das coisas. Sei que talvez isso seja viver longe da realidade, fazer o quê? sou uma viajante do tempo! Que pecado terá em querer trazer dentro de si todas as coisa do mundo? que mal haverá em olhar ipês e enxergar apenas a poesia? Minha pequena luz não pode e nem quer cegar ninguém. Minhas pequenas conquistas, que na verdade para mim são grandiosas, porque foram conquistadas com suor e sangue, não querem ofuscar o brilho de outras tantas maiores e melhores do que as minhas próprias.
Sou como aquela menina, que caminha sem culpa, porque sabe dos seus inúmeros pecados, e tenta se perdoar a cada novo passo.
Você não foi o melhor dos meus anos, olhando apenas superficialmente, você não foi!
Mas olhando atentamente, sei que há algo de belo em você!
Então, um recado:
Em 2016, me deixe ser e seja também!