quarta-feira, 9 de abril de 2014

Rios!


"Que os braços sentem, que os olhos vêem, que os lábios sejam dois rios inteiros, sem direção"
Skank

E o que se escreve, se escreve com sangue, se escreve com desejo, se escreve com alma.
Quis agora escrever algo sobre o amor, a alegria em se estar junto em qualquer momento, em qualquer situação. Porque...

"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo, sabe que a qualquer momento, ele pode voar." 
Rubem Alves


Um quarto à meia luz. Lençóis e travesseiros. Duas taças e o vinho que embriagara a razão, ainda insistia em colorir o final da garrafa.
O braço sobre o peito.
A brancura de dois corpos que se tornaram um e se misturavam aos tecidos largados sobre a cama.
O calor que atravessara a noite, rompendo a manhã de outono, despertando dois olhos que se encontraram em um sorriso.
E novamente um beijo, e outra vez o toque, sem mais a companhia do medo, da insegurança. Sem a sombra do erro ou do arrependimento.
Eles eram agora unidos para sempre em suas histórias.
No livro do universo haveria para sempre aquelas páginas de dois seres que fizeram com que a vida ganhasse mais luz, mas sentimento.
Para sempre!
Se olhavam devagar, percebendo cada detalhe que havia se perdido naquelas horas de entrega, descobrindo cada milímetro do corpo do outro que se fizera tão seu.
Se olhavam como a primeira vez!
Se olhavam como que se despedindo de cada segundo, um após outro, e fazendo guardar em suas memórias tudo que haviam vivido.
O amanhã poderia chegar a qualquer momento, então, novamente eles se entregavam ao abandono daquele amor.
Eram rios, que tinham se encontrado em seus caminhos, mas que seguiriam o curso das suas águas.
A porta seria aberta, e o adeus era uma certeza, mas eles não se importavam com isso.
Há momentos que se tornam eternos e valem por toda uma vida.

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