quarta-feira, 5 de março de 2014

Erros e Pecados!

Outro dia sentada no banco da minha varanda, eu e meu distinto marido começamos a falar sobre a vida, sobre os filhos, trabalho, planos para o presente.
O dia estava se findando, logo a noite chegou e nós continuávamos ali, recebendo as pequenas estrelas que apareciam no céu. O céu da nossa casa não é como o céu do interior. Lá, ele é negro e talvez por essa razão, nele as estrelas são mais visíveis. 
A luz é mais visível na escuridão... isso dá um texto, mas fica para a próxima. 
Talvez também por estarmos falando sobre o céu, nosso coração nos levou a falar sobre Deus.
Quero dizer, a conversa não diretamente a Ele, mas sobre erros e pecados.
Qual a diferença entre os dois? Existe diferença?
Se o pecado é um erro, o erro será sempre um pecado?
É, eu sei, nos aventuramos por caminhos filosóficos que às vezes não levam a lugar algum, mas antes que cheguemos a essa conclusão, muitos caminhos são percorridos.
E foi por caminhar que chegamos a seguinte pergunta:
- Será que Jesus errou?
E o meu coração formulou a resposta que chegou à minha boca, e minha língua pronunciou as palavras:
- Acredito que sim, pois se foi um homem como nós, como poderia não ter errado.
A minha alma pequenina só compreende aquilo que ela conhece, sendo assim, como poderia eu compreender um Deus que é perfeito? Como poderia eu, Alcançá-lo? 
A imperfeição de que sou feita não pode alcançar a um Deus que nunca errou.
Talvez tenha errado sem a intenção de errar, como quando deixou seus pais aflitos por não saberem que Ele, criança, se encontrava no Templo, falando aos doutores. 
Talvez também, inocente, quando deu a resposta que pode ter magoado o coração de José, ao dizer que estava na casa do Seu Pai.
E quando a mulher lhe mostrou que Ele tinha vindo para todos, e não apenas para um grupo de pessoas.
Em nenhum dos casos, houve a intenção de errar. Houve sim a inocência e o reconhecimento do erro.
Pensando assim, será que esta poderia ser a diferença entre pecado e erro? 
O erro é um pecado quando não há inocência, quando não se reconhece que errou, quando não existe arrependimento?
Eu ainda não tenho certeza.
Tenho muito ainda que conversar com meu marido. 
E isso me leva a pensar em outra coisa. Uma afirmação de Nietzsche sobre o casamento:
"Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa, até a sua velhice?"
Tudo o mais em uma relação é transitório, mas o que fica é a capacidade de sentir prazer ao conversar, ou seja: 
O prazer em um casamento não se dá apenas na cama, fazemos amor também conversando, e neste caso, falando sobre Deus.
Sem inocência, sem arrependimentos... será isto, pecado?
  

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