quinta-feira, 31 de maio de 2012

Abstração

Sei lá o que sou...
Por definição espécie humana, gênero feminino.
Preferia ser mais uma espécie sem definição, talvez isso chegaria mais próximo do que acho que sou.
Penso que talvez seria melhor ser o movimento neste espaço a que pertenço, no hoje, no agora, neste instante, por que depois o espaço pode ser outro e eu poderia mudar de vontades e de direção.
Na realidade, acho que sou mesmo um mistério para mim.
E cada dia sou invadida por novas cores.
Gostaria mesmo de sair de mim, e poder me olhar de fora, para quem sabe enxergar o que trago por dentro... a cada dia ir me descobrindo e desenhando novas linhas sobre esta tela que se chama vida.
Gostaria mesmo de ter a experiência do vento, que sopra onde quer, não o vemos, mas o sabemos.
Não seria nada ruim ser como o rio em sua tranquilidade, apreciando cada imagem, tendo toda uma correnteza de vida dentro dele, caminhando por suas sinousas curvas e desaguando em um mar que o espera sem se importar com as suas águas doces.
Queria poder visualizar o que está oculto aos olhos, mas aberto ao coração.
Penso mesmo que talvez meu espírito esteja inclinado à abstração.
Poder ver além do que realmente é...
Poder morder o fruto da árvore e descobrir que faço parte de um universo inteiro e único, voltar ao começo e ser novamente essência, ou descobrir que sou apenas barro, moldada por mãos generosas e caprichosas...
Preciso de respostas porque...
Sou dúvidas...
É, sou isso que sou!

Um comentário:

  1. É difícil enxergar ou nos entender de dentro para fora. Mas de fora para dentro, é tão nítido perceber a alma delicada que você tem. Que expressa esses sentimentos e palavras tão belas, através de textos. Parabéns.

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