Tinha que escrever, e tentar com que as palavras me ajudassem a compreender tantos sentimentos guardados aqui dentro do meu coração.
Me perguntaram porque esse personagem, porque Lázaro? Dentre tantos que poderiam muito bem entrar na história da peça, porque um que nem esteve presente na ressurreição.
Todos que já escreveram um texto para a Paixão de Cristo sabem da importância da renovação de se contar uma história tão conhecida por todos.
É uma maneira de sempre estar levando as pessoas a pensarem sobre a morte e ressurreição sobre novas perspectivas, sobre outros olhares.
Mas Lázaro?
Sim, aquele que esteve morto e que Jesus trouxe à vida. Aquele à quem Jesus chamou para a vida.
Mas chamou para qual vida?
Não sabemos o que aconteceu depois desse episódio na vida de Lázaro, mas podemos refletir sobre a pessoa dele como nosso espelho, no sentido de tirar a venda dos olhos, caminhar sem amarras, enfim, olhar para o mundo diferentemente do que estamos acostumamos a ver.
Então, essa mesma pessoa que me perguntou porque Lázaro, também me respondeu que não fui eu quem escolhi esse personagem, foi Deus quem o colocou na minha vida, e sendo assim, Lázaro é o meu sinal.
"Sinal de que eu preciso tentar ouvir o meu nome, silenciando o meu coração."
Essa última frase foi uma revelação. Eu sempre digo: palavras me revelam.
Silenciar o barulho que existe dentro de mim, para que eu possa ouvir quem eu sou, o que eu quero, o que eu espero, as coisas que verdadeiramente eu amo, que dão prazer, e que mostram pontinhos de luz de um paraíso que tão cruelmente nós mesmos negligenciamos.
Preciso a cada dia despertar como se minha noite fosse a pedra sobre o meu túmulo, e ao abrir os olhos, tentar enxergar as coisas de uma maneira toda nova.
Uma nova chance a cada manhã, a cada meio dia, a cada tarde, a cada anoitecer.
Todo segundo de nova breve existência é uma, como diz o texto:
"...nova chance de novas escolhas e transformação.
A mesma que faz com que a lagarta se encerre em seu casulo e que surpresa ganhe asas, assim somos nós..."
Lagartas que se encerram, Lázaros que são enterrados.
Qualquer semelhança não é mera coincidência.
Todos que me conhecem sabem o carinho que sinto por esses seres que, transformados em delicadas borboletas voam pelo céu.
E as irmãs de Lázaro, quem são em minha vida?
São os anjos que chamo de família, que chamo de amigos, ou até aqueles que nem conheço, que nem vão muito com a minha cara, mas que estão lá porque precisam fazer com que eu enxergue, com que eu caminhe.
Fazer com que eu voe!
Neste momento são aqueles que estão sonhando junto comigo na realização deste projeto de levar e ser sinal da presença de Jesus na vida de cada um que nessa sexta feira irão nos assistir.
São meus parceiros nessa empreitada, nessa ousadia de querer cruzar céus.
E mesmo que seja só um coração, nossa missão já estará sendo cumprida.
Porém, mais do que tudo, se Lázaro for sinal desta presença na vida desses meus irmãos, então a pequena borboleta já estará feliz!
Abrindo o coração né Lilian? Este texto responde à muitas questões. Mas como você mesma colocou no face, o artista não precisa de justificativa. Penso eu que a arte foi feita para apreciar e levar a pensar. Mas quando se trata da Bíblia,muitas questões surgem, pois são interpretações diferenciadas.
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