Desde que comecei a trilhar os caminhos da escrita, sempre acreditei que as palavras tem magia, quando juntas, formam textos incríveis, histórias comoventes, poesias que falam à alma da criatura. Elas tem o poder de formar opiniões, provocar questionamentos, incentivar o crescimento de um povo. Instrumento de trabalho para os mais ilustres pensadores. Como as vezes cito em alguns textos, no começo era o verbo, a palavra, e através dela toda a vida se fez! Sim, Deus pronunciou palavras, e isso foi tão poderoso que hoje estamos todos aqui.
Não é a primeira vez que coloco aqui também, que as palavras me revelam. Me fazem conhecer o que está escondido na profundidade do que eu sou, me surpreendo muito com o que sou capaz de pensar, em algumas ocasiões reflito se vale a pena publicar alguns textos, se vou conseguir me fazer entender, porque quando colocamos nossos pensamentos à disposição de quem os possa ler, corremos o risco da má interpretação, se bem que isso pouco deveria importar para qualquer escritor. Mas eu me importo!
Eu tenho o sonho de trazer alegria para quem me lê. Sei que não sou nada, e isso não é nem um pouco modéstia de minha parte. Não sou nada mesmo! Ninguém nessa vida é muita coisa. E por isso mesmo, temos em nós, o desejo justo de buscar nossa divindade perdida, em meio ao barro de que somos feitos. Escrever é o meu jeito.
Tive um professor na faculdade de jornalismo que dizia sempre: "Para qualquer coisa que forem fazer, vocês precisam de repertório". Não dá para criar sem pesquisa. A pesquisa do escritor é a leitura, a observação, manter os olhos do espírito bem abertos, e se permitem dizer,deixar o coração exposto!
Isso acontece com qualquer profissão, mas me parece que com a arte isto é visceral!
As mais belas criações, foram feitas com - como gosto de dizer - carne, ossos e sangue!
E lágrimas!
Concordo, e muito com os poetas, quando eles dizem que a dor os faz escrever, em cemitérios nascem jardins!
Então, quando eu escrevo estou sempre triste? Não necessariamente. Mas posso dizer, com certeza, que quando escrevo sou motivada por emoções descontroladas, pois "escrever é o meio saudável de expulsar nossos demônios." Hoje estou tentando expurgar alguns.
Como disse anteriormente, o material para a escrita é a leitura. Então eu leio muito, ou lia... Confesso que tenho abandonado Rubem Alves, Clarice Lispetor, Lya Luft, Cora...
Ler me abriu muitos caminhos!
Criei meu blog, escrevi meu livro, conheci pessoas inteligentes e interessantes, abri meus horizontes, pois estar ao lado de quem já viveu muito, é algo que nos motiva e nos faz querer seguir seus exemplos. Sonhei e vi meu sonho ser realizado.
E quando toda a realização estava vibrando em mim, descobri que ler pode abrir outros caminhos, não iluminados, não bonitos, onde a solidão e a desesperança nos querem aprisionar em um mundo de decepção e tristeza.
Então, descobri que as palavras podem sim, nos ferir e nos lançar a desertos, lugares frios e sombrios, e se não formos fortes, se não contarmos com quem realmente nos ama, nunca acharemos o oásis que tentaram tirar de nós.
Palavras em bocas sem espírito não despertam vida, ao contrário, elas tentam roubar a nossa.
E assim vamos, ao longo da vida, nos enchendo de palavras-cascas, e de repente não sabemos nem mais o que somos, e o que nos incentivou a realizar projetos é esquecido. A libertação está em parar, silenciar, e muitas vezes entrar em um processo de luto, refletir sobre o que de verdade somos e queremos, fazer novos planos, semear um novo jardim!
Acreditar e permitir que as palavras que machucaram, possam vir a nos salvar. Diante desse teclado, estou deixando que elas façam isso por mim, estou voltando a acreditar que elas não são culpadas, quando se apropriam delas para criar o caos, para enganar e manipular. Hoje estou deixando que elas me digam que todo o mal de uma certa maneira é capaz de realizar algum bem, quando aprendemos e amadurecemos diante das malícias que o mundo nos quer apresentar.
As vezes jogamos as sementes, e nem sempre elas caem em solo fértil, então colhemos espinhos ao invés de flores, ou no pior dos casos nada nasce. Aprendi isso. Nem sempre conseguimos tocar o coração das pessoas de uma forma saudável, mas a culpa não é nossa. Aprendi isso também. E não somos responsáveis por lugares onde não existe luz.
Acho que deixei de ser um tanto inocente, ao pensar que tudo sempre será florido e perfumado. Que em nossos caminhos não haverá sombra e dias nublados.
Sim, eles existem, representados pela dureza da vida, pela aspereza e uso errado das palavras. Existem para nos fazer crescer, para que possamos dar autêntico valor às nossas conquistas, para que reconheçamos quem realmente caminha conosco e torce por nós.
É isso que venho desenrolando aqui dentro do peito, e que precisava colocar em forma de texto, para que as palavras me digam que:
"... é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são belas..." Antoine de Saint-Exupéry
Mesmo que a larva seja eu!